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Terceira edição do TAU – Território Arte Urbana abre convocatória para mostra de intervenções artísticas na Zona Leste de BH
Os artistas selecionados vão assinar 13 obras em espaços distintos, formando um circuito pelos bairros Santa Tereza e Horto; inscrições acontecem entre 02 a 21 de maio
Está chegando a 3ª edição do TAU – Território Arte Urbana, festival que este ano, além de realizar intervenções em fachadas e vitrines de bares e comércios dos bairros Santa Tereza e Horto, na Região Leste de Belo Horizonte, também vai incluir praças e dois centros culturais em sua lista de espaços que serão ocupados pelo projeto. Esta edição do TAU também dará continuidade às intervenções no muro, que serão realizadas na Vila Dias, na parte baixa de Santa Tereza, próximo à Casa Circo Gamarra, ampliando o conceito de arte na rua e proporcionando aos participantes e visitantes uma nova camada de reflexão acerca do universo da arte e o uso espaço público.
Serão selecionados sete trabalhos em técnicas variadas como instalações, objetos, fotografias, desenhos, colagens, escultura, artes gráficas, lambe lambe, mobiliário urbano, entre outras, para intervenções nas fachadas comerciais, sendo seis obras destinadas aos artistas de Belo Horizonte e Região Metropolitana e uma dedicada a um artista de todo o Brasil. Também serão selecionados seis trabalhos para intervenção no Muro da Vila Dias. Esta categoria é destinada a artistas de BH e Região Metropolitana com trabalhos como pintura, desenho, graffiti, muralismo, entre outros. Para se inscrever gratuitamente, entre 02 a 21 de maio, o candidato deve preencher a ficha de inscrição disponível no link http://territorioarteurbana.com.br/inscricao/.
O edital das inscrições pode ser lido em http://territorioarteurbana.com.br/convocatoria. A curadoria será feita pelas artistas Karina Felipe e Sol Kuaray. Artistas de todo o Brasil, individuais, duplas ou coletivos podem se inscrever no projeto. A partir das inscrições nesta convocatória, o projeto vislumbra dar continuidade ao mapeamento de artistas de Belo Horizonte, Minas Gerais e do Brasil.
As ações acontecerão entre 22 a 31 de julho, com realização ao vivo pelas ruas dos bairros, oferecendo ao público a oportunidade de desfrutar de todo o processo. A exibição dos trabalhos na categoria Fachada Comércio se estenderá pelo prazo mínimo de 40 dias após sua conclusão e as obras do Muro da Vila Dias serão expostas por três meses.
Em 2022, o TAU – Território Arte Urbana tem em seu horizonte trabalhos que se relacionam com a cidade, com os espaços de intervenção e a comunidade do entorno, com um olhar atento às possíveis invisibilidades e particularidades das obras e dos artistas no seu processo natural, coletivo e individual. “Como comprometimento social e cultural, o TAU busca promover um espaço para que artistas possam experimentar e desenvolver trabalhos de forma livre, fluida e processual, oferecendo a eles novos desafios e fomentando a reflexão sobre a utilização do espaço público. Além disso, o festival visa proporcionar aos moradores e visitantes dos bairros a possibilidade de desfrutarem de um circuito de obras, bem como uma troca com os artistas, colocando-os em contato direto com a arte contemporânea da capital mineira e do país”, diz Gisele Milagres, produtora e idealizadora do projeto.
Os artistas pré-selecionados serão comunicados pela organização do projeto via telefone para uma breve entrevista e a lista final dos selecionados estará disponível no site http://territorioarteurbana.com.br até 20 dias após encerradas as inscrições.
O TAU – Território Arte Urbana é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e tem o patrocínio da Avenue Code e MGS – Minas Gerais Administração e Serviços S.A. Conta, ainda, com o apoio da Diretoria de Patrimônio Cultural de Belo Horizonte e do Cine Santa Tereza.
Sobre o TAU
O TAU – Território Arte Urbana é uma mostra de intervenções urbanas em diversas linguagens e técnicas que acontece nas fachadas
O TAU também tem como missão potencializar a vocação artística e turística destes bairros, democratizar o acesso à arte e aproximar o público transeunte da arte contemporânea, onde ele poderá desfrutar das intervenções que estarão distribuídas pelas ruas dos bairros Santa Tereza e Horto, formando um circuito de obras em seus mais diversos suportes. Além disso, o festival promove um espaço de experimentação para artistas em busca de novos desafios e promove reflexões na relação entre o cidadão e o uso do espaço público. e vitrines de bares e comércios dos bairros Santa Tereza e Horto, formando um museu a céu aberto com obras de arte temporárias. A iniciativa é da Mercê Soluções Culturais, formada por Gisele Milagres e Maria Carolina Campos. O projeto promove um espaço de experimentação para artistas em busca de novos desafios, fortalecendo o movimento da arte na rua em Belo Horizonte e sua relação com a cidadania e a ocupação do espaço público.
3ª edição do TAU – Território Arte Urbana
Local: Bairros Santa Tereza e Horto, BH/MG
Ruas e praças: Hermilo Alves, Rua Mármore, Rua Estrela do Sul, Praça Duque de Caxias, Bosque do Chico e Vila Dias na Rua Conselheiro Rocha
Inscrições: 02 a 21 de maio
Execução das obras: 22 a 31 de julho
Mostra aberta ao público: 31 de julho a 09 de setembro
Realização: Mercê Soluções Culturais
Instagram: @territorioarteurbana
Facebook: https://www.facebook.com/tauterritorioarteurbana
Mais informações no site: www.territorioarteurbana.com.br
O lado sombrio de um ex-goleiro da Seleção Brasileira no período da Ditadura Militar
Por Rogério Salgado*
Em 17 de abril 2016, o então deputado federal Jair Messias Bolsonaro (PP/RJ), num gesto de sadismo desumano homenageou o Coronel Brilhante Ustra em seu voto pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o que naturalmente repercutiu negativamente na mídia internacional. E este mesmo deputado, que se tornou presidente do Brasil tem como livro de cabeceira, “A verdade sufocada”, de autoria deste mesmo ex torturador Brilhante Ustra, que de brilhante só tem mesmo a cara ilustrada com olho de peroba, pois deveria ter sido condenado por seus crimes de tortura e o mesmo devia acontecer aos que incitam e apoiam seus atos.
Apoiar a tortura é crime e um ato anticristão e estamos vivendo um antagonismo complicado no país com pessoas que apoiaram e falam bem dos tempos da Ditadura Militar, que renomeam como Período Militar ou Regime Militar, e que tem como admiradores\eleitores uma grande ala de pessoas que se dizem evangélicas e espíritas kardecistas, que pregam amor ao próximo como exemplo de Jesus Cristo, mas se esquecem que Cristo, antes de ser assassinado pelos judeus e romanos, foi barbaramente torturado nos porões do Palácio de Pôncio Pilatos.
Todo cidadão esclarecido sabe que Brilhante Ustra era um torturador e o choque maior é descobrir até hoje que entre os que entregavam pessoas para serem torturadas por serem informantes dos ditadores estão pessoas que são admiradas por seus feitos esportivos, artísticos, políticos e outras destacadas atuações. Soube recentemente que um desses “dedos-duros” é o goleiro Gylmar dos Santos Neves. Em 14 de fevereiro deste ano, o blog de Juca Kfouri, ex-diretor da revista “Placar” destaca que o ex goleiro da Seleção Brasileira era despachante do DOI-CODI, o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna, braço das Forças Armadas, nos anos da ditadura militar, local no qual seres humanos adolescentes, mulheres grávidas ou não, idosos e até crianças foram torturadas de maneira perversa pelo Coronel Brilhante Ustra (motivo de matéria da Folha de São Paulo, datada de 16 de fevereiro deste ano). Dentro dos gramados, o goleiro Gylmar fez história pelo Corinthians e Santos, além de marcar época na Seleção Brasileira. Pelo Alvinegro praiano foram mais de 15 títulos, incluindo o Campeonato Brasileiro, Libertadores da América e Mundial de Clubes. Vestindo a Amarelinha, conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962. Adriano Diogo, deputado que presidi
u a Comissão da Verdade em São Paulo e foi preso e torturado naqueles anos de chumbo, afirmou que Gylmar colaborou com a ditadura militar brasileira e frequentava os porões da ditadura. “Gylmar era despachante do DOI-CODI. Andava pelos andares da delegacia onde se torturavam e matavam presos.” Gylmar dos Santos Neves morreu em 2013, aos 83 anos.
Para que não esqueçamos nossa história: há 58 anos, na madrugada do dia 1º de abril de 1964 (oficializaram como 31 de março, para não parecer mentira) ocorreu o início da Ditadura Militar no Brasil, que na verdade foi um Golpe Militar, que usou como discurso conter o “risco” de ser implantado uma ditadura comunista por aqui. E durante os 21 anos deste período militar, tivemos torturas barbaramente legalizadas, mortes clandestinas pela própria constituição vigente na época, pessoas desaparecidas e assassinadas pelo regime, alguns corpos foram descobertos em covas clandestinas tardiamente. Tivemos também um Ato Institucional nº 5, o tenebroso AI-5, promulgado dia 13 de dezembro de 1968, levando o país a ter oficialmente a suspensão dos direitos políticos dos cidadãos brasileiros, com a prisão, tortura e até mesmo assassinato de quem não concordava com o regime da época, legalizado oficialmente.
Muitos desconhecem esse lado sombrio de seu próprio país, outros conhecem e sentem vergonha pelo Brasil ter vivido uma época como essa, outros insensíveis e até religiosos praticantes, pedem a volta de tudo isso que aconteceu na nossa história. Vamos pensar, antes de tudo, vamos pensar e não apagar este tempo da história, mas trazer à memória para afirmar: Ditadura Nunca Mais!
*Poeta com 47 anos de carreira profissional e um cidadão brasileiro, sem vínculos partidários, que faz análises críticas sobre fatos da história do Brasil.